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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

JP, Marta e Nova Zelândia no Pacaembu


A rodada dupla do sábado terminou com um amistoso sensacional na capital paulista. Mesmo tendo várias opções de partidas na região, decidi ir ao sempre genial e cada vez mais abandonado Estádio Paulo Machado de Carvalho para o confronto entre as seleções femininas de Brasil e Nova Zelândia (!).

Vários eram os motivos para ir ao Pacaembu. Primeiro ver a volta do Brasil à São Paulo depois de quase três anos de ausência. O último jogo aqui até então aconteceu na noite de 19 de dezembro de 2012, um empate com a Dinamarca que deu o título do Torneio Internacional Cidade de São Paulo daquele ano. Depois, a presença da seleção com seus maiores nomes, e por fim, e talvez o motivo mais importante, acompanhar de perto a primeira visita da genial seleção da Oceania por aqui.



Seleções brasileira e neo-zelandesa posadas antes do amistoso. Fotos: Fernando Martinez.


Trio de arbitragem junto com Marta e Abby Erceg, capitãs das seleções. Foto: Fernando Martinez.


Brasil e Nova Zelândia juntos pela paz. Foto: Fernando Martinez.

Pena que mais uma vez o público tenha sido diminuto muito, claro, por conta da falta de divulgação, algo comum em jogos da categoria. Cerca de três mil pessoas foram ao estádio para um duelo entre duas seleções que participaram da Copa do Mundo desse ano. O Brasil chegou às quartas e foi eliminado pela Austrália, enquanto as neozelandesas empataram duas partidas e perderam uma, sendo eliminadas ainda na fase inicial.

Mesmo com várias estrelas em campo - Marta, Cristiane, Érika, Formiga, entre outras - o Brasil foi mal durante todo o primeiro tempo. A equipe errou muitos passes e não conseguiu mostrar qualidade nos seus ataques. A única chance clara saiu dos pés de Marta, depois da camisa 10 receber bom passe dentro da área. Sem marcação, ela acabou chutando pra fora.

A Nova Zelândia teve bastante competência defensiva e deu trabalho nos contra-ataques. Aos 36 minutos as All Whites abriram o placar numa cobrança de falta ensaiada. A marcação brasileira vacilou e a bola foi tocada para Amber Hearn na direita. Ela invadiu a área e chutou cruzado para fazer seu 46º gol com a camisa da sua seleção.


Ataque do Brasil no começo do jogo. Foto: Fernando Martinez.


Cristiane atacando pela esquerda. Foto: Fernando Martinez.


Atletas da Nova Zelândia comemorando o gol marcado aos 36 minutos. Foto: Fernando Martinez.


Bola alçada na área da All Whites. Foto: Fernando Martinez.


Marta e a melhor chance brasileira no tempo inicial. Foto: Fernando Martinez.

No tempo final o Brasil melhorou um pouco, mas continuou pecando demais no último toque. As atletas locais não foram capazes de se desvencilharem da precisa marcação das jogadoras da seleção oceânica. A atacante Cristiane criou as dias melhores oportunidades para o empate por duas vezes, mas o gol não saiu.

No fim, o placar ficou em Brasil 0-1 Nova Zelândia, uma pequena decepção no quarto jogo seguido sem vitória do selecionado tupiniquim. Na próxima quarta as seleções voltam a se enfrentar, agora na cidade de Cuiabá. Vale lembrar que o Brasil está se preparando para o Torneio Internacional Feminino que será realizado em Natal.


Poliana e a marcação de Betsy Hassett. Foto: Fernando Martinez.


Marta avançando pela direita. Foto: Fernando Martinez.


Boa saída da goleira Erin Nayler em lance do Brasil no tempo final. Foto: Fernando Martinez.


A camisa 10 do time verde e amarelo cobrando escanteio no fim da peleja. Foto: Fernando Martinez.

Ainda fiquei um bom tempo dentro de campo depois do apito final, e quando saí do Pacaembu permaneci no bar que fica ao lado do estádio com os amigos que foram assistir a partida (Sérgio, Mário, Luiz e o curioso Victor). Fomos sair dali depois de quase três horas de muito papo e muita comida boa, algo que sempre faz muito bem.

Esse foi o último jogo do mês de novembro, e não duvido que tenha sido o meu último em 2015. Vamos ver se rola assistir algo a mais ainda nessa temporada. Se não rolar, os 130 jogos já estarão de bom tamanho.

Até a próxima!

Fernando

Corinthians perde mas é bi-campeão do Paulista sub-20


Há mais de dois meses não assistia um jogo na cidade de São Paulo, então nesse sábado eu armei uma rodada dupla na capital bandeirante para quebrar esse pequeno jejum. A jornada começou cedo, mais precisamente às 11 da matina na grande final do Campeonato Paulista sub-20 da Primeira Divisão com o clássico mais antigo do futebol do estado: Corinthians x Santos.

O detalhe é que a partida foi realizada na Arena Corinthians, na primeira vez que uma peleja da categoria de base foi realizada ali. O surreal é que a diretoria corintiana resolveu colocar ingressos à venda pelos módicos valores de trinta e cinquenta reais (!). Um absurdo completo, mas que infelizmente tem alguns que acham normal.

Não ia nesse jogo, até porquê não estava na pegada de pagar esse valor. Mas como o amigo Jamil "Already Thousand" Tanus - o criador do X-Fantasma - desistiu de ir e tinha ingresso sobrando, resolvi me aventurar pela sétima vez na casa corintiana, a terceira pós-Copa do Mundo. Tive a companhia do Luiz Fôlego para essa jornada e por conta da operação tartaruga do metrô chegamos no local em cima da pinta, com tempo apenas de corrermos para o nosso lugar.


Visão geral da Arena Corinthians na final do Paulista sub-20. Foto: Fernando Martinez.

O título estava praticamente definido com os 4x0 aplicados na ida, e eu apostava um sorvete de casquinha que o Corinthians faria um jogo na base do "vamos na boa pois o caneco já está no papo". Deveria ter apostado um milhão de dólares, pois foi exatamente isso que aconteceu. O time da casa, atuando com seu péssimo fardamento laranja fluorescente, fez uma partida bisonha.

Aliás, bisonho mesmo foi todo o tempo inicial. O Corinthians tinha seus atletas com uma má vontade assombrosa, e o Santos, precisando fazer muitos gols, jogava sem nenhuma inspiração. A peleja foi péssima, e passei 45 minutos lembrando de todas as histórias que vivi ali durante os quatro jogos que assisti na casa alvinegra no mundial de 2014. Ô saudade.

No intervalo fui fazer uma boquinha e é fato que as dependências da Arena estão bem mais bonitas do que estavam em janeiro (na última vez em que estive ali, no Corinthians 3-0 Corinthian-Casuals). As lanchonetes estão melhores e mais abastecidas, e o espaço para o trânsito dos torcedores é muito bom. Fui "obrigado" a fazer uma boquinha ali e apesar do valor um pouco salgado, o sanduba ganhou o Selo JP de qualidade.

Já de volta ao meu lugar, vi um tempo final mais animado, se não na qualidade técnica, pelo menos no número de gols. O Peixe acertou o pé e inaugurou o placar aos seis minutos com o gol de cabeça de Bruno Leonardo, completando cruzamento de Matheus Augusto. Empurrado pelos doze mil torcedores, o alvinegro paulistano aproveitou saída errada da zaga aos quinze minutos e deixou tudo igual. Tocantins recebeu bom passe e chutou na saída do goleiro John Victor.

O time visitante com certeza sabia que o título já estava perdido, então o que restava era unicamente carimbar a faixa mosqueteira. Aos 29 minutos o camisa 9 Natan recebeu passe de Diogo e bateu com estilo para fazer o segundo do time do litoral. Seis minutos depois Rafael Oller fez o terceiro mesmo com a marcação de cinco corintianos dentro da área, chutando no canto direito de Caique França.


Atletas corintianos correndo atrás de jogador santista. Foto: Fernando Martinez.


Ataque local pela esquerda no primeiro tempo. Foto: Fernando Martinez.


Chute de longe para o Peixe. Foto: Fernando Martinez.

Mas para fechar a ótima campanha corintiana, ficou a cargo de Marciel o último gol do certame para o bi-campeão estadual. Eram decorridos 43 minutos quando ele aproveitou rebote do arqueiro santista e chutou forte para dar números finais ao jogo e ao campeonato com o placar de Corinthians 2-3 Santos.

O time do Parque São Jorge não começou bem a campanha do bi e somou apenas um triunfo e três derrotas nas seis primeiras rodadas. Depois disso, uma incrível sequência de 23 partidas com apenas um revés. A derrota para o Peixe não tirou o brilho da magistral campanha corintiana: 30 jogos, 20 vitórias, cinco empates, cinco derrotas, 68 gols marcados e 19 gols sofridos. 


Placar final da decisão do antigo estadual de juniores na Arena Corinthians. Foto: Fernando Martinez.


Festa mosqueteira com o bi-campeonato do Paulista sub-20. Foto: Fernando Martinez.

Depois que a FPF reorganizou os estaduais da base em 1980, o Mosqueteiro viu times menores conquistarem títulos enquanto ele ficava de mãos abanando. Até 2013, o alvinegro tinha apenas o título de 1997, enquanto Novorizontino, Juventus e União São João (entre outros) tinham dois. Com o bi-campeonato garantido, a equipe agora pula para a segunda colocação na lista de campeões empatado com Palmeiras e Santos. O São Paulo lidera com cinco conquistas.

Acabei nem ficando para a festa já que a partida mais importante do sábado aconteceria na parte da tarde. A comemoração aconteceu dentro e fora de campo, ficando a cargo do grande número de torcedores gourmets presentes no estádio, algo comum para os tempos atuais. É fato que o cantado "Time do Povo" já não é mais tão do povo assim, pelo menos no seu estádio.

Até a próxima!

Fernando

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Chile estreia bem no Sul-Americano sub-20 derrotando as peruanas


Para fechar a rodada dupla do sábado no Campeonato Sul-Americano Feminino Sub-20, as seleções do Peru e no Chile foram ao gramado do Estádio Ulrico Mursa em busca da primeira vitória na competição. As peruanas haviam perdido para as paraguaias na primeira rodada do Grupo A, enquanto as chilenas faziam sua estreia.

O histórico dessas seleções na história da competição é bastante tímido. A "La Roja" chegou na quarta colocação por duas vezes - 2008 e 2010 - e a "La Blanquirroja" também chegou em quarto lugar, mas apenas em uma oportunidade, em 2006. Na tábua geral de pontos até hoje, o Chile é quinto lugar e o Peru nono, só á frente do Uruguai.



Seleções do Peru e do Chile posadas antes do jogo no Ulrico Mursa. Fotos: Fernando Martinez.


Trio equatoriano com a árbitra Susana Corella e as assistentes Monica Amboya e Viviana Segura junto com a quarta árbitra equatoriana Sirley Cornejo e as capitãs das seleções. Foto: Fernando Martinez.

Apesar de ser uma competição continental, as arquibancadas da casa lusitana estavam com um público ainda menor para o jogo de fundo. O local só não estava mais vazio porque as delegações do Brasil e da Bolívia foram lá para prestigiar a peleja. O futebol feminino já não tem uma audiência grande, aí junta uma divulgação nula e o resultado é esse. Uma pena.

Após as imagens oficiais, fui acompanhar o ataque chileno. Estava ainda empolgado pelo bom futebol mostrado na preliminar, então foi um anticlímax ver o primeiro tempo desse duelo. A peleja foi bastante fraca e sem nenhuma emoção. As meninas da terra de Pablo Neruda foram superiores, porém não foram capazes de criarem uma única chance de gol sequer durante os 45 minutos iniciais.


Ataque do Chile no começo da partida. Foto: Fernando Martinez.


Scarleth Lozano, camisa 19 do Peru, e sua marcação implacável. Foto: Fernando Martinez.


Defensoras peruanas trocando passes no campo de defesa. Foto: Fernando Martinez.

As peruanas se preocuparam apenas em se defender e o futebol competitivo mostrado na derrota contra o Paraguai não apareceu novamente. Os selecionados fizeram um jogo tão murcho que o maior destaque ficou por conta das peripécias alucinadas do amigo Renato Rocha em mais um dia de inspiração além do normal, fazendo todos os trocadilhos possíveis e imagináveis com a seleção do Peru.

No tempo final a chuva apertou e subi para as tribunas do Ulrico Mursa. De lá vi o jogo melhorar muito, principalmente por conta da atuação do Chile. A arqueira Maryory Sanchez trabalhou bastante, principalmente em jogadas da camisa 17, Paulina Lara. A atleta de 19 anos foi a maior destaque da sua equipe, deixando a zaga do alvirrubra zonza e sem conseguir pará-la de nenhuma forma.

Só que a cada minuto completado parecia que o gol estava predestinado a não acontecer pois o toque final era falho. Se com os pés não tinha jeito, as chilenas usaram a cabeça para abrirem o marcador. Aos 32 a seleção teve escanteio pela esquerda. A bola foi levantada na área e Katya Ponce, meio sem querer, tocou de cabeça no canto esquerdo de Maryory Sanchez.

Quatro minutos depois a grande atuação de Paulina foi premiada com um belo gol em chute colocado da jovem atleta de fora da área. O Peru não desanimou e aos 44 diminuiu num golaço. Alejandra Ramos recebeu um passe de calcanhar no ar e acertou um belíssimo sem pulo no ângulo direito. Pena para sua seleção que não tinha tempo pra mais nada.


Primeiro lance do tempo final e quase gol olímpico. Foto: Fernando Martinez.


Detalhe do primeiro gol do Chile, em cabeçada de Katya Ponce. Foto: Fernando Martinez.


Paulina Lara, o maior destaque do Chile no jogo. Foto: Fernando Martinez.


Rosario Holley, camisa 11 da La Roja, em lance no fim do jogo. Foto: Fernando Martinez.

O placar final de Peru 1-2 Chile mostrou que as duas seleções podem até arrancar um pontinho de Venezuela, Paraguai e Brasil, mas que provavelmente isso não será suficiente para ambas conquistarem uma vaga na fase final, que começa no dia 29. Somente as duas primeiras colocadas da chave se garantem entre as quatro melhores equipes do certame.

A volta para São Paulo dessa vez não teve nenhum ônibus quebrado e também nenhum escocês bebaço. Cansado por conta dos dois bate-volta seguidos até o litoral, passei o domingo na base da morgação completa no conforto do meu lar. Talvez role de acompanhar a fase final da competição de perto... vamos ver se tudo dá certo.

Até a próxima!

Fernando

Venezuela suporta a pressão e goleia o Paraguai no Ulrico Mursa


Não deu nem tempo de descansar direito, mas depois do bate-volta de sexta-feira para fazer minha estreia no Campeonato Sul-Americano Feminino Sub-20 em Santos, no sábado fiz novamente a viagem para o litoral, agora para duas partidas do Grupo A em outro cenário: saiu a Vila Belmiro, entrou o Estádio Ulrico Mursa, casa da Briosa.

O quórum foi menor do que o do dia 20, mas mesmo assim foi uma reunião de respeito: Luiz, Pucci, Renato (este já no litoral desde o dia anterior) e o curioso Victor de Andrade. Apesar do feriado a viagem foi feita de forma tranquila e com muito tempo de antecedência já estávamos nas redondezas da casa lusitana. O óbvio destaque ficou por conta da agradabilíssima temperatura - cerca de 22 graus - e do tempo nublado.

Poucas pessoas estavam no Ulrico Mursa para a abertura da rodada dupla com as seleções da Venezuela e do Paraguai em campo. As venezuelanas buscavam a reabilitação, pois haviam perdido para o Brasil na rodada inicial. Já as paraguaias derrotaram com dificuldades o Peru pelo placar de 3x2. No histórico da competição, ampla vantagem da La Albirroja com dois vices (2004 e 2014) e três terceiros lugares (2006, 2008 e 2010). As meninas da Vino Tinto tem como melhor resultado apenas um quinto lugar em 2014.



Seleções sub-20 da Venezuela e do Paraguai. Fotos: Fernando Martinez.


Capitãs das seleções com a árbitra uruguaia Nadia Fuques, a assistente uruguaia Adela Sanchez e a boliviana Liliana Bejarano e a quarta árbitra Maria Victoria Daza. Foto: Fernando Martinez.

Após todo o cerimonial de praxe, escolhi por motivos óbvios acompanhar o ataque paraguaio, pois pensei que o time era o favorito para conquistar os três pontos. Realmente, a seleção tricolor teve mais posse de bola e obrigou a goleira Franyely Rodriguez a trabalhar incansavelmente, mas gol mesmo que é bom, nada.

Jogando principalmente no campo de defesa, a Venezuela acabou definindo o jogo em contra-ataques absolutamente fatais espalhados por toda a peleja. O primeiro deles aconteceu aos 24 minutos e terminou com o gol de Lourdes Moreno. O Paraguai continuou martelando a zaga adversária, só que no segundo ataque venezuelano aos 45, Gabriela García ampliou a vantagem no marcador.


A camisa 11 Gabriela Segura afastando a pelota. Foto: Fernando Martinez.


Marcação firma da zaga venezuelana. Foto: Fernando Martinez.


Yessica Villagra atacando pela direita. Foto: Fernando Martinez.

No tempo final, nada mudou e as albirrojas continuaram no esquema "ataque contra defesa" castigando a goleira. E assim como aconteceu no primeiro tempo, na primeira chegada da Venezuela saiu o terceiro gol, novamente com Gabriela Garcia aproveitando rebote da goleira Vanessa Da Veiga. O cronômetro marcava 25 minutos.

A insistência do Paraguai finalmente deu resultado aos 32, com o gol de Yessica Martínez. Poucos tempo depois vi as duas defesas mais sensacionais da tarde e provavelmente do campeonato. Franyely Rodriguez defendeu de forma assombrosa dois chutes à queima-roupa, um atrás do outro, evitando que o Paraguai fizesse o segundo e crescesse ainda mais em busca do empate. Sem exagero nenhum, foi coisa de cinema.

As paraguaias foram com tanta sede ao pote que estenderam o tapete vermelho para o ataque da Venezuela. No último minuto, as meninas da terra de Hugo Chavez armaram um contra-ataque fulminante pela direita que terminou com a finalização precisa de Tahicelis Marcano na saída da goleira.


Verónica Martínez, camisa 21 do Paraguai, com a firme marcação da camisa 3 Alexyar García. Foto: Fernando Martinez.



Dois chutes à queima-roupa defendidos pela goleira da Venezuela Franyely Rodriguez. Ela foi o nome do jogo. Fotos: Fernando Martinez.


Detalhe do quarto gol venezuelano, fechando a goleada contra o Paraguai. Foto: Fernando Martinez.

A precisão cirúrgica da Vino Tinto nas finalizações fez com que o placar final da partida ficasse em Paraguai 1-4 Venezuela. Contando que o Brasil é o maior nome da chave, talvez esse resultado possa ter definido quem será o segundo classificado do Grupo B para a fase final do certame. Até porque pelo que vi no jogo de fundo, acho que Chile e Peru não tem condições de surpreenderem os demais integrantes da chave.

Falando nisso, não demorou para que peruanas e chilenas entrassem em campo para a segunda partida da tarde/noite no litoral.

Até lá!

Fernando

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Equador e Colômbia maltratam a bola e ficam no zero na Vila


Depois de acompanhar o empate entre Bolívia e Uruguai, as seleções de Equador e Colômbia foram a campo no Estádio Urbano Caldeira para fechar a segunda rodada do Grupo B do Campeonato Sul-Americano Feminino sub-20. O sol tinha sumido e a temperatura estava mais amena, ou seja, o cenário perfeito para um jogo bom.

Esperava ansiosamente ver como seria a estreia colombiana, seleção que foi bem nas três últimas edições do torneio: vice em 2010, terceiro lugar em 2012 e 2014. Além disso, o time ocupa a segunda colocação na tábua geral de jogos da história, atrás apenas da seleção brasileira.



Seleções sub-20 do Equador e da Colômbia. Fotos: Fernando Martinez.


As capitãs das duas seleções com a árbitra Regildênia Moura, as assistentes Neuza Back e Nadine Bastos e a quarta árbitra peruana Silvia Reyes. Foto: Fernando Martinez.

Só que dentro de campo, nossa senhora, a coisa foi feia demais. A partida foi simplesmente um horror, com as duas seleções castigando a pelota durante intermináveis 90 minutos. A única animação na Vila Belmiro era a torcida colombiana com um barulhento "cowbell" que fazia eco em todo o estádio.

Após um primeiro tempo monstruoso, o Equador teve a única chance da partida aos seis minutos do tempo final. Angie Paola avançou pela esquerda, deu um chapéu sensacional numa defensora e chutou para a grande defesa de Angie Carolina. Foi a única vez que se viu lucidez dentro das quatro linhas durante o jogo.


Laura Montoya saindo para o ataque. Destaque para a belíssima camisa da Colômbia. Foto: Fernando Martinez.


Disputa ríspida de bola no campo de defesa do Equador. Foto: Fernando Martinez.


Rentería mandando a pelota na área do Equador. Foto: Fernando Martinez.


Confusão dentro da área da Colômbia no tempo final. Foto: Fernando Martinez.


Rara chegada colombiana no setor ofensivo. Foto: Fernando Martinez.

O resultado final, claro, não tinha como ser diferente: Equador 0-0 Colômbia. Esse foi o pior jogo que assisti em 2015 e com certeza um dos cinco piores da minha vida. O mais bizarro é que geralmente estou acostumado a ver boas partidas no futebol feminino, mas nesse caso as duas seleções poderiam estar jogando até agora que ainda estaria 0x0.

Com dois jogos vistos e apenas dois gols na bagagem, saímos da Vila para fazer todo o percurso de volta para a capital. Perdemos de vista o Renato "Macaulay Culkin" Rocha no caminho, e no ônibus de volta encontramos um escocês bebaço (!) torcedor do Celtic e que está no país para dar aulas de inglês em Guarulhos, algo mais aleatório impossível. O bizarro papo com ele já entrou para a lista de momentos mais surreais que vivi em todos esses anos de indústria vital.

Cheguei em casa tarde e nem consegui descansar direito, já que no dia seguinte vivi um momento "Déjà Vu" com mais um bate-volta para a Estância Balneária de Santos, em outra rodada dupla do Sul-Americano Feminino sub-20.

Até lá!

Fernando

Uruguai fica no empate com a Bolívia no Sul-Americano Feminino sub-20


Graças ao feriado do dia 20 de novembro, muitos paulistanos desceram a serra para curtir os abençoados dias de folga no litoral paulista. Só que como aqui o lance é outro, eu também desci a serra na sexta e no sábado, mas com o intuito de acompanhar duas rodadas duplas válidas pelo Campeonato Sul-Americano Feminino sub-20, torneio que está sendo realizado na cidade de Santos.

Essa é a sétima edição da competição, a terceira organizada no nosso país. O Brasil até aqui é simplesmente imbatível, pois conquistou as seis edições e até hoje nunca foi derrotado (31 jogos com 29 vitórias e apenas dois empates). Nem preciso dizer que o selecionado verde e amarelo é favorito absoluto ao título.

A competição teve início na quarta-feira, e na tarde/noite da sexta foi jogada a segunda rodada do Grupo B. No gramado histórico do Estádio Urbano Caldeira as seleções da Bolívia e do Uruguai se enfrentaram. As duas equipes já haviam estreado no dia 18, as bolivianas perdendo para a Argentina e as uruguaias derrotando o Equador.



Seleções femininas sub-20 do Uruguai e da Bolívia. Fotos: Fernando Martinez.


A árbitra chilena Maria Carvajal, as assistentes Leslie Vasquez e Cindy Nahuelcoy e a quarta árbitra venezuelana Yercinia Correa junto com as capitãs dos times. Foto: Fernando Martinez.

Por mais estranho que possa parecer, a Bolívia tem um histórico melhor do que as meninas celestes na história da competição. Em seis edições, as bolivianas já chegaram ao quarto lugar por duas vezes - 2004 e 2014 - e ocupam a sétima colocação na tábua geral entre as dez equipes do continente. As uruguaias estão na última colocação e a melhor campanha foi o sexto lugar em 2012.

Vários amigos - Mílton, Luiz, Pucci, Mário e Renato - desceram a serra comigo para essa jornada, e já na casa santista encontrei o curioso Victor de Andrade com a minha credencial para todo o torneio. Fui para o gramado da Vila e fiquei ali para captar as fotos oficiais e registrar de perto o tempo inicial da peleja.

As uruguaias começaram com tudo e logo abriram o marcador. Eram decorridos seis minutos quando a jogadora Yamila Badell arriscou um chute de longe. A bola voou em câmera lenta e a goleira Maria Alejandra falhou ao tentar a defesa. A Celeste continuou melhor, mas as atacantes não estavam numa tarde inspirada e a primeira etapa terminou no 1x0.


Bola levantada na área boliviana. Foto: Fernando Martinez.


Deisy Aspeti, camisa 6 da Bolívia, sofre marcação de Carina Silva, camisa 8 do Uruguai. Foto: Fernando Martinez.


A camisa 9 da Bolívia Carla Mendoza se preparando para mandar a bola pra longe. Foto: Fernando Martinez.

No segundo a equipe boliviana melhorou, mas nada que possamos dizer "nossa, que coisa maravilhosa". Aos 18, Carla Padilla avançou e depois de dividir com a arqueira Lucia Martínez dentro da área, foi derrubada. A árbitra chilena María Belén Carvajal entendeu que houve falta e marcou pênalti, inclusive expulsando a goleira uruguaia. Maria Ortiz cobrou e deixou tudo igual aos 23.

Mesmo com vantagem numérica, a Bolívia não conseguiu criar oportunidades boas o suficiente para a virada. Nem a expulsão da uruguaia Sabrina aos 39, depois dessa dar um chute numa atleta adversária caída, fez com que a "La Verde" (apesar de estar usando vermelho) conquistasse o triunfo.


Escanteio para o Uruguai no segundo tempo. Foto: Fernando Martinez.


Zaga celeste trabalhando para afastar a bola da área. Foto: Fernando Martinez.


Maria Ortiz deixando tudo igual em cobrança de pênalti. Foto: Fernando Martinez.

No fim, o jogo ficou em Bolívia 1-1 Uruguai. A igualdade manteve as uruguaias invictas e as bolivianas sem vitória na competição. No geral, não dá para esperar muito de nenhum dos dois selecionados e dificilmente alguma delas conquistará uma das duas vagas na Copa do Mundo da categoria, que acontecerá em 2016 na Papua Nova Guiné (!). 

Esse jogo deixou a desejar, mas nada que se compare ao que presenciei na peleja de fundo. Vi simplesmente meu pior jogo na temporada...

Até lá!

Fernando