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domingo, 30 de novembro de 2014

O último capítulo lusitano no Canindé pela Série B

Fala, pessoal!

Na noite de sexta-feira aconteceu a despedida da Portuguesa do Campeonato Brasileiro da Série B. Rebaixada de forma antecipada e com uma das piores performances de sua história, a equipe paulistana recebeu o também rebaixado Vila Nova/GO pensando pelo menos em se despedir de forma minimamente digna.

O certame começou todo errado com o WO dado em Joinville e, nas 37 rodadas realizadas, os paulistas venceram apenas quatro vezes. Você viu aqui no JP todo o segundo turno com nove (agora dez) jogos realizados no Estádio Oswaldo Teixeira Duarte e é triste dizer, mas não vimos nenhuma partida realmente decente.


Entrada do Canindé totalmente vazia na última apresentação da Portuguesa na Série B. Foto: Fernando Martinez.


Times perfilados para o Hino Nacional sob o olhar de pouco mais de 300 testemunhas. Foto: Fernando Martinez.

Depois do absurdo rebaixamento do ano passado da forma que aconteceu, é fato que a Portuguesa nem entrou em campo nessa Série B. O clube vestiu a carapuça de "rebaixado" desde o início e a cada rodada realizada isso foi se confirmando. Não foi fácil para a exigente torcida ver o caminho para a terceirona ser construído de forma concreta a cada derrota e a cada atuação pífia.

O resultado foi que apenas 307 herois foram ao Canindé assistir a peleja que marcou a melancólica despedida de ambas as agremiações. O pior é não ter nem ideia de como será o futuro pelos lados do escrete paulistano. A disputa da Série C é uma incógnita e agora a saída é juntar os cacos para 2015.

Pelo menos tivemos uma partida bastante movimentada. Triste por um lado, animada pelo outro. A Lusa começou melhor e abriu o marcador aos sete. Bruno Ferreira tabelou com Jânio e bateu de pé esquerdo no canto de Gabriel. Nos minutos seguintes, o time criou mais três bons momentos de ampliar, o melhor deles num tiro de Léo Costa na trave.


Disputa de bola no círculo central. Foto: Fernando Martinez.

Na base do "quem não faz toma" o Vila se aproveitou no primeiro vacilo defensivo local e deixou tudo igual aos 32 minutos. Wanderson foi derrubado por Tom dentro da área e o árbitro marcou penalidade máxima. Paulinho bateu bem e deixou tudo igual. Como desgraça pouca é bobagem, dois minutos depois Mateus Anderson foi lançado na área, tocou na saída de Tom e virou o placar.


Chute do Vila Nova durante o primeiro tempo. Foto: Fernando Martinez.


Paulinho cobrou pênalti e fez o primeiro tento goiano. Foto: Fernando Martinez.

No tempo final o equilíbrio foi a Tõnica e Gabriel Xavier, o camisa 10 rubro-verde, era o destaque. Aos 14 minutos Léo Costa cobrou falta, o arqueiro Gabriel saiu mal e a pelota bateu em Julio Vinicius antes de entrar no gol. Tento contra do Vila e novo empate na cancha lusitana.

Aos 17, nova decepção para a torcida local. Mateus Anderson fez boa jogada pela esquerda e tocou para Lucas Sotero. Ele chutou firme e fez o terceiro do onze goiano. A Portuguesa tentou como poucas vezes vi nessa Série B pelo menos não perder outro compromisso e chegou a mandar duas bolas na trave com Marcelinho e Léo Costa, porém no fim, não teve jeito.


Boa chance local no segundo tempo. Foto: Fernando Martinez.


Com esse novo revés, a Lusa terminou a Série B com impressionantes 21 derrotas e uma das piores campanhas de todos os tempos. Foto: Fernando Martinez.

O placar final de Portuguesa 2-3 Vila Nova/GO fez o clube da capital bandeirante terminar o certame com apenas 25 pontos, numa das campanhas mais vexatórias de todos os tempos. Em 38 rodadas, apenas quatro triunfos e assombrosas 21 derrotas. No ano, campanha pífia na Série A1, eliminação contra o Potiguar/RN na Copa do Brasil e agora isso. Em 2015, a equipe vai disputar a terceira divisão nacional pela primeira vez. Será o fundo do poço?

Com essa cobertura me despeço desse genial e difícil ano de 2014. Temporada em que vi minha primeira Copa do Mundo e um total de 160 pelejas. Só por conta das treze partidas do Mundial o ano já valeu MUITO a pena. Vamos torcer para 2015 seguir no mesmo padrão.

Até a próxima!

Fernando

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Após dez anos, Corinthians volta à final do Paulista sub20

Fala, pessoal!

O clima de final de ano já está forte por essas bandas. No último feriado prolongado a agenda marcava várias pelejas na região, mas desencanei de tudo e fui ver de perto apenas uma. O prato principal da sexta-feira trazia Corinthians x São Caetano na Arena Barueri, partida decisiva e que valia vaga na final do Campeonato Paulista sub20 da 1ª divisão.


SC Corinthians P (sub20) - São Paulo/SP. Foto: Fernando Martinez.

Com o empate por 1x1 no jogo de ida, o Mosqueteiro precisava apenas de uma nova igualdade para voltar a uma final de sub20 após 10 anos, um longo tempo em se tratando de Corinthians. Falando nisso, vale registrar que desde a reorganização das categorias de base feita pela FPF em 1980 - quando aconteceu a "criação" dos juniores, juvenil e infantil - o Timão foi campeão apenas UMA vez.

Essa solitária conquista aconteceu em 1997, quando o alvinegro ficou em primeiro lugar no quadrangular final disputado também por Guarani, Santos e o falecido Sãocarlense. Na última rodada daquele certame, os paulistanos receberam os campineiros, estes jogando pelo empate, no Parque São Jorge. A vitória por 4x1 deu o único título paulista sub20 à equipe.


AD São Caetano (sub20) - São Caetano do Sul/SP. Foto: Fernando Martinez.


Capitães e trio de arbitragem na Arena Barueri. Foto: Fernando Martinez.

Voltando a 2014, o caminho para a Arena foi feito tranquilamente pelos trilhos da CPTM. Na Estação Barueri encontrei a dupla Colucci e Victor de Andrade e na porta do estádio, Sérgio Oliveira e Ricardo Espina já nos esperavam. Cada um foi para um canto enquanto eu fui para o gramado da cancha barueriense.

Quando a bola começou a rolar o São Caetano não conseguiu fazer frente ao bom time "local". Embalado pela grande campanha - duas derrotas em 23 jogos e média de 2,6 gols por partida - o Corinthians jogou muito bem e envolveu a defesa visitante.


Ataque corintiano no começo do jogo. Foto: Fernando Martinez.


Cruzamento dentro da área do Azulão. Foto: Fernando Martinez.

As chances de gol aconteceram, só que o toque final estava com defeito. Os atacantes perderam boas oportunidades e somente depois dos 30 minutos o Azulão incomodou em duas ótimas chances, uma delas salva em cima da linha. A peleja seguia com o incômodo 0x0 para os corintianos até que Matheus, já nos acréscimos, aproveitou um bom cruzamento da esquerda para completar da pequena área.


Ulisses mandando a bola para a área alvinegra. Foto: Fernando Martinez.


Márcio, camisa 7 do Corinthians, derrubado na lateral. Foto: Fernando Martinez.

O tempo final começou com o Corinthians ainda melhor, mas foi o São Caetano o dono da maior chance dos primeiros minutos. Um dos atacantes locais chutou na arquibancada uma bola que sobrou açucarada dentro da área. Um 1x1 ali complicaria demais a vida para os paulistanos.


Lance no meio-campo. Foto: Fernando Martinez.


Fabrício em ação dentro da área do Azulão. Foto: Fernando Martinez.

O castigo aconteceu logo no lance seguinte. Rodrigo marcou o segundo do Timão e complicou ainda mais a missão dos visitantes. Decorridos oito minutos do tempo final e com 2x0 contra, só um milagre salvaria o São Caetano. O problema é que o Azulão se abateu completamente e se transformou numa presa fácil para os sedentos atacantes alvinegros. Marciel e Gilmar, respectivamente aos 20 e 22 minutos, marcaram mais duas vezes e fecharam a fatura.


Um dos vários ataques do Mosqueteiro no segundo tempo. Foto: Fernando Martinez.


Marciel chutando de longe. Foto: Fernando Martinez.

Aos 28 Alison ainda fez o gol de honra para o Azulão numa estupenda cobrança de falta. Dali até o final os jogadores mosqueteiros ainda perderam um caminhão de gols antes do árbitro encerrar a partida com o placar de Corinthians 4-1 São Caetano. Depois de dez anos a equipe do Parque volta a uma final do Paulista sub20 com a dura missão de quebrar um tabu de 17 anos. O adversário será o bom time do Grêmio Osasco, que venceu as duas partidas contra o Ituano.

Por se tratar de uma final com dois times "de perto", vamos procurar marcar presença na ida e na volta, aproveitando também o fato que esses devem ser os últimos jogos que acompanharemos na temporada 2014 (a não ser que ainda role um joguinho perdido pelo mês de dezembro).

Como os amigos presentes estavam super felizes com a classificação corintiana, fomos fechar a jornada batendo aquele papo genial no pós-jogo. A conversa rendeu bastante e só fui chegar em casa depois das dez da noite. No sábado e no domingo a pedida foi ficar em casa na boa curtindo várias sessões de cinema e muito esporte na televisão. Tem horas que isso faz bem demais.

Até a próxima!

Fernando

terça-feira, 18 de novembro de 2014

GEO sai na frente do Ituano na semi do Paulista sub20

Fala, rapaziada!

Depois de mais de seis meses de bola rolando, no sábado passado começou a fase semi-final do Campeonato Paulista sub20 da 1ª divisão. Com dois jogos na Grande São Paulo, escolhi ir até a cidade de Osasco para o confronto entre o Grêmio local e o Ituano no belíssimo Estádio Cidade de Deus, o terceiro entre eles - o Galo venceu os outros dois - em 2014.

Fazendo uma competição impecável até aqui, o rubro-negro interiorano perdeu apenas uma partida antes desse jogo e passou de vento em popa da primeira fase até as quartas de final do certame. Com dez pontos conquistados a mais do que seu rival dessa semi, o time sem dúvida era o favorito para conquistar a vaga na decisão.


Grêmio E Osasco - Osasco/SP. Foto: Fernando Martinez.


Ituano FCL - Itu/SP. Foto: Fernando Martinez.

É, só que o GEO guardou suas melhores apresentações justamente para o mata-mata. Nas duas primeiras fases o time fez apenas o suficiente para se classificar, mas nas oitavas eliminou o poderoso São Paulo e nas quartas despachou o XV de Piracicaba com duas vitórias. A expectativa era de um grande jogo.


Trio de arbitragem e capitães dos times. Foto: Fernando Martinez.

Junto comigo, o quarteto composto por Cosme, Colucci, Mílton e Pucci também foi ao campo do Bradesco curtir o feriado de 15 de novembro com uma sessão de bom futebol. A temperatura era muito agradável e exatamente às 16 horas o duelo começou. Os primeiros 15 minutos foram de total equilíbrio e a peleja ficou concentrada no meio-campo.


No início a marcação ituana deu resultado e o GEO demorou para conseguir criar boas chances. Foto: Fernando Martinez.

Com o primeiro terço do tempo inicial completado, o Grêmio Osasco passou a jogar melhor e dominou totalmente as ações ofensivas. O primeiro gol saiu aos 21 minutos com Diego aproveitando rebote do arqueiro ituano. Aos 38, em mais uma bola rebatida pelo camisa 1, Henrique Silva fez o segundo.


Saída do Grêmio para o ataque. Foto: Fernando Martinez.


Ataque do time osasquense pelo alto. Foto: Fernando Martinez.

O time visitante jogava muito mal mas diminuiu a contagem com o gol de cabeça de Leonardo aos 41. O tempo inicial acabou assim e então resolvi ir ver o jogo "do alto" nas arquibancadas. Na segunda etapa o GEO voltou de forma avassaladora e não deu o menor espaço para o Ituano. Os donos da casa chegaram fácil aos 4x1 com Henrique Silva aos 13 e Samoel Pizzi aos 16.


No começo do tempo final só deu Grêmio Osasco. Foto: Fernando Martinez.


Boa chance do Ituano pela direita. Foto: Fernando Martinez.

Estava fácil demais, e graças a essa enorme vantagem a concentração dos jogadores locais foi pro saco. O grito de "olé" da torcida empolgou demais os atletas e o Ituano acordou. Se o pessoal da Cidade dos Exageros estivesse com o pé mais calibrado, a situação do GEO poderia ter se complicado muito.


Pênalti bem cobrado por Clayson e segundo gol do Ituano. Foto: Fernando Martinez.


Escanteio perigoso para o Galo. Foto: Fernando Martinez.

Para a sorte do Grêmio, o escrete de Itu fez apenas mais um gol, marcado em cobrança de pênalti de Clayson aos 29 minutos. Não seria exagero nenhum se os visitantes tivessem pelo menos feito o terceiro. Como não o fizeram, o placar ficou mesmo em Grêmio Osasco 4-2 Ituano.

Os osasquenses agora vão jogar no Novelli Junior com a vantagem de poder perder por um gol de diferença para se garantir na final. Caso o antigo FAI vença por dois gols, ele que estará na decisão contra Corinthians ou São Caetano. Independente dos vencedores, já é certo que teremos uma final inédita.

Até a próxima!

Fernando

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

O penúltimo capítulo lusitano no Canindé pela Série B

Fala, pessoal!

Terça-feira passada rolou a penúltima sessão futebolística no Estádio Oswaldo Teixeira Duarte em 2014. Já rebaixada e cada vez mais afundada na lanterna, a Portuguesa recebeu o ABC de Natal para tentar a segunda vitória seguida e também aplacar um pouco a raiva da sua torcida.

Marcado para as sete e meia da noite, apenas 374 almas encararam a barra de pagar 40 reais para ver esse jogo, um quase-amistoso no Campeonato Brasileiro da Série B. Aliás, cobrar 40 bagarotes para um jogo desse naipe é muita crueldade, não? Bom, esqueci que para a diretoria o lance é deixar a torcida bem longe do Canindé.


Times da Portuguesa e ABC escutando atentamente o Hino Nacional. Foto: Fernando Martinez.

Cheguei no estádio após uma caminhada de cerca de trinta minutos iniciada no Metrô Tietê. Sem perder tempo, dei uma palavrinha rápida com a rapaziada presente para essa peleja - Mílton, Luiz, Paulo "Shrek" e Nílton (com seu filho Lucas) - e subi para as tribunas com o amigo Ricardo Espina.


Bola levantada na área da Portuguesa. Foto: Fernando Martinez.

Não demorou para a peleja começar. Junto com ela começou o show de horrores no gramado do estádio inaugurado em 1972. Os times fizeram uma apresentação horrorosa e os 90 minutos demoraram uma eternidade para passar. A sorte é que não estava sozinho, pois se estivesse tenho certeza que teria dormido a maior parte do tempo.


Outro ataque aéreo dos potiguares. Foto: Fernando Martinez.

Tirando uma chance para cada equipe no tempo final, absolutamente nada aconteceu. Os 22 atletas em campo maltrataram a pelota sem nenhuma piedade, algo digno de, no mínimo, uma prisão preventiva para cada um dos cruéis jogadores. O que salvou mesmo foi o sensacional show de stand-up do eterno campeão potiguar de futebol de botão durante o segundo tempo. Rafinha Bastos e Danilo Gentili são meros amadores perto do nosso amigo suzanense.


ABC em ofensiva pela direita. Foto: Fernando Martinez.

No fim dos 90 minutos regulamentares as redes permaneceram intocáveis com o Portuguesa 0-0 ABC. O resultado não mudou em nada a situação da lanterna Lusa e do time do Rio Grande do Norte, apenas cumprindo tabela até a rodada final. Os paulistas agora jogam duas vezes fora de casa antes da despedida melancólica contra o Vila Nova na sua casa.

Como o papo estava muito bom ainda estiquei a noite com a dupla Mílton e Luiz. Ficamos ainda um bom tempo numa casa de esfihas da região, naquele pós-jogo já tradicional por ali. Futebol em campo novamente só no final de semana com uma das semi do Paulista sub20.

Até lá!

Fernando

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O antepenúltimo capítulo lusitano no Canindé pela Série B

Opa,

No último final de semana fui dominado completamente pela preguiça e a rodada futebolística ficou reduzida a apenas uma sessão noturna... mas absolutamente imperdível! Finalmente chegou a hora de assistir o jogo do Campeonato Brasileiro da Série B mais esperado do ano: Portuguesa x Luverdense no Estádio Oswaldo Teixeira Duarte.


Times da Portuguesa e do Luverdense antes do início da partida. Foto: Fernando Martinez.

Quando a CBF divulgou a tabela do certame lá no começo do ano ninguém em sã consciência imaginava o estado em que o time rubro-verde se encontraria para esse confronto com o onze mato-grossense. Lamentavelmente essa foi a primeira partida que os paulistas disputaram já devidamente rebaixados para a terceirona nacional em 2015.

Desde a retomada da Série B após a Copa a gente imaginava que isso aconteceria, e quando houve a virada do primeiro para o segundo turno a única dúvida que restava era em qual rodada a queda aconteceria. Ela veio na 33ª com a inapelável derrota de 3x0 para o Oeste de Itápolis. Um triste desfecho para a temporada mais trágica da história do clube.

Enfim, o estrago já foi feito e agora resta ver os últimos passos lusitanos no Canindé atuando pela segundona. O antepenúltimo adversário foi a genial agremiação da cidade de Lucas do Rio Verde, na minha primeira chance de "tirar o J" do time. Explico: tinha visto o Luverdense apenas uma vez até hoje na cidade de Lençóis Paulista em jogo da Copinha (um sensacional 10x1 a favor do Paraná Clube).

Com o acesso de 2013, o Verdão do Centro Oeste se tornou o sexto time do Mato Grosso - os outros foram os tradicionais Mixto, Operário-VG, União de Rondonópolis, Dom Bosco e o Barra do Garças - a jogar uma segunda divisão nacional. A presença do alviverde quebrou um tabu de dezenove anos sem uma equipe do estado do Centro Oeste no campeonato.

Os mato-grossenses ocupam as posições intermediárias da tabelas desde as primeiras rodadas e ficarão na Série B em 2015. Um alento para um estado há tanto tempo fora dos holofotes da grande mídia. As coisas estão indo bem, mas ainda há espaço para histórias de sucesso de outros times locais.


Bola cruzada na área do Luverdense. Foto: Fernando Martinez.

Um surpreendente público de 361 almas pagou ingresso para ver um jogo aonde o onze visitante era favorito, afinal, a Portuguesa somava cinco meses e onze jogos sem vencer em casa e um total de catorze partidas consecutivas sem nenhum triunfo. O panorama não era animador, mas não é que finalmente consegui ver uma apresentação razoável do time rubro-verde?


Ataque mato-grossense no tempo inicial. Foto: Fernando Martinez.


Visão geral do Canindé vazio para Lusa x Luverdense. Foto: Fernando Martinez.

Tudo bem que o futebol apresentado não foi nenhuma Brastemp, mas perto do desastre que presenciei várias vezes ali nesse ano, a atuação lusitana foi satisfatória. O Luverdense não foi nada bem e assustou apenas no comecinho da peleja. Por volta dos 25 minutos a Portuguesa passou a jogar melhor do que seu oponente.


Lance no campo de defesa do Luverdense. Foto: Fernando Martinez.

A Lusa colocou uma bola na trave ainda no tempo inicial e no segundo abriu o marcador numa bela jogada do seu setor ofensivo. Bruno Ferreira avançou pela direita e cruzou na cabeça de Luan. O gol desanimou o time visitante e por pouco o time da casa não aumentou o placar.


ALELUIA! Finalmente vi a Portuguesa vencer um jogo na Série B 2014. Foto: Fernando Martinez.

Ao término dos 90 minutos, o placar do Canindé apontava o placar final de Portuguesa 1-0 Luverdense. Essa foi apenas a quarta vitória do time no certame, isso em 34 jogos disputados. A campanha continua vergonhosa mas pelo menos espantou brevemente a zica que pairava no ar do Canindé desde o mês de junho.

Até a próxima!

Fernando

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Nacional campeão da Segunda Divisão 2014

Fala, pessoal!

Sábado passado o JP chegou aos 10 anos de vida e nada melhor do que comemorar essa data histórica com uma final de Campeonato Paulista da Segunda Divisão, nosso campeonato favorito. O quase centenário Nacional Atlético Clube recebeu o "novato" Sport Club Atibaia em busca do seu primeiro título nesse século.

Com a derrota no jogo de ida (2x1 para o time laranja), o time ferroviário ficou obrigado a vencer essa partida no Estádio Nicolau Alayon para ser campeão, algo que não acontecia desde o ano 2000. O bom time do Falcão jogava pelo empate e prometia sair da Comendador Souza com seu primeiro caneco em quase nove anos de vida.

 

Belos troféus para o campeão e vice da Segunda Divisão 2014. Fotos: Fernando Martinez.

Marcada para o ingrato horário das 10h45 do sábado (!), a decisão recebeu um belíssimo público para os padrões normais: 1.039 pagantes. A torcida local encheu a arquibancada coberta e também parte do gol "da direita". Os torcedores do Falcão compareceram em ótimo número e ficaram do lado oposto às sociais.

A atmosfera, como não poderia deixar de ser, era eletrizante. Confesso que poucas vezes vi um clima tão legal por ali, isso contando as finais da Copa São Paulo de Juniores de 2008 e da Copa Paulista de 2012. Cheguei cedo e logo encontrei muitos amigos e conhecidos por ali, e depois de uma rápida resenha fui para o campo de jogo.


Nacional AC - São Paulo/SP. Foto: Fernando Martinez.


SC Atibaia - Atibaia/SP. Foto: Fernando Martinez.

Devidamente credenciado, aguardei já no gramado a entrada das equipes para o hino nacional e as fotos oficiais (nem tinha como ser diferente). Como o calor ainda não tinha apertado, resolvi permanecer em campo e fui acompanhar o ataque do Nacional.


Quarteto de arbitragem da final com o árbitro Rodrigo Guarizo do Amaral, os assistentes Tatiane Sacilotti Camargo e Eduardo Vequi Marciano e o quarto árbitro Salim Fende Chavez. Junto a eles, os capitães dos times. Foto: Fernando Martinez.

É, mas ali o jogo quase não aconteceu, pois o time comandado pelo técnico Luiz Muller - aquele mesmo ex-Bragantino e ex-Sport - encurralou os donos da casa e criou quatro ótimas chances de gol na primeira metade do tempo inicial. O goleiro Carlão teve bastante trabalho.


A zaga do Atibaia segurou o ataque do Nacional por grande parte do primeiro tempo. Foto: Fernando Martinez.

Aos 29, o ataque atibaiense armou uma grande troca de passes que terminou com o arqueiro nacionalino cometendo pênalti. Fernando Gaúcho bateu com classe no inuto seguinte e abriu o marcador. Se não estava fácil a vida do Nacional com o empate sem gols, agora o drama era maior.


Fernando Gaúcho no pênalti que abriu o marcador para o Atibaia. Foto: Fernando Martinez.

Até o fim do primeiro tempo os locais finalmente chegaram com perigo em dois ataques pela direita. Em ambos o goleiro Wálter fez brilhantes defesas. Ao fim dos 45 minutos iniciais, o marcador apontava 0x1 e somente uma virada daria o título para o Nacional.


Presença do atacante Sócrates no ataque local. Foto: Fernando Martinez.

Alguns já mostravam um semblante bastante preocupado nas arquibancadas imaginando que talvez não fosse possível emplacar a quarta virada do time em pouco mais de um mês. Não era mesmo uma situação "tranquila", mas é fato que não tinha como colocar em dúvida a capacidade de reação nacionalina depois das antológicas viradas contra Barretos (para muitos, o jogo do acesso), União Mogi e Grêmio Prudente.


Bola cruzada na área atibaiense. Foto: Fernando Martinez.

A conversa no vestiário deve ter sido sensacional, pois o time ferroviário voltou para o tempo final num ritmo alucinante. Mostrando um futebol extremamente empolgante, os atletas encurralaram a equipe do Atibaia e viraram o marcador em apenas 15 minutos.


Bruno Silva na grande área momentos antes de tocar por cobertura e empatar o jogo. Foto: Fernando Martinez.

O gol de empate saiu aos cinco quando Bruno Silva recebeu lançamento preciso de Gindre pela direita e tocou por cobertura na saída do arqueiro visitante. Aos 14, Wálter bateu roupa em cobrança de falta e Fernando, um dos destaques da equipe, completou.


Lance do gol da virada do Nacional, marcado pelo camisa 5 Fernando. Foto: Fernando Martinez.

O Atibaia sentiu demais esse gol e passou um bom tempo zonzo em campo. Sócrates, artilheiro do campeonato com 16 gols (mas sem marcar desde 24 de agosto), recebeu um passe açucarado de Bruno Silva pela direita e chutou na trave na maior chance para definir de vez a final. A equipe da casa sobrava em campo.


Zagueiro do Falcão tentando se livrar da marcação de Sócrates. Foto: Fernando Martinez.

O Falcão voltou a chegar perto da área local somente após os 35 minutos, mas a pressão era fugaz e a cada minuto que passava ficava mais próximo o esperado título do onze paulistano. A cada virada do ponteiro a torcida se animava ainda mais.


Momentos finais da decisão da Segundona 2014. Foto: Fernando Martinez.

Então as 12h36 da tarde de sábado, 1º de novembro de 2014, o árbitro Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral trilou seu apito pela última vez e a torcida pôde soltar o grito de "CAMPEÃO" no Nicolau Alayon. A Segundona Paulista da atual temporada terminou com o título paulistano.

O placar final de Nacional 2-1 Atibaia deu ao onze ferroviário a terceira conquista profissional em todos os tempos. O primeiro aconteceu após uma vitória contra o Bernô na rodada final da A3 de 1994 e o segundo numa vitória contra o Garça no ano 2000, também na Série A3.

A comemoração foi enorme dentro e fora de campo. Em reconhecimento aos torcedores, os atletas se dirigiram ao gol da direita, local aonde estava a maior parte dos nacionalinos, para fazer a festa com o pessoal. Por pouco não aconteceu uma tragédia por conta da queda do alambrado. Por sorte nada pior aconteceu, e como o clima era de festa tudo virou graça.

Não demorou para a cerimônia de premiação das duas equipes começar. Primeiro o elenco do Atibaia subiu ao pódio para receber as medalhas e o troféu pelo vice-campeonato. De negativo somente o fato que faltou medalha para todo mundo. Uma enorme bola fora.



Elenco do Atibaia no pódio armado pela FPF e o capitão do clube levantando a taça de vice-campeão. Fotos: Fernando Martinez.

Logo após a premiação do onze atibaiense, foi a vez do grande campeão da Segunda Divisão subir no palco montado pela FPF. A alegria não parou por um segundo e foi bonito ver o goleiro-capitão Carlão - um dos atletas há mais tempo no clube - levantar a bela taça.



Festa dos jogadores campeões da Segundona e o capitão Carlão levantando a taça. Fotos: Fernando Martinez.

Apesar de algumas cenas tristes durante a cerimônia a festa foi muito bonita e mais do que merecida. Torci bastante para o acesso do Nacional durante as cinco temporadas na Segundona. Dos 108 jogos disputados nesses anos, estive em 54. Nesse tempo todo o JP foi o único veículo aonde o tradicional clube da Zona Oeste teve uma cobertura realmente digna. Para nós, algo bastante honroso.


Atletas nacionalinos indo comemorar com a torcida. Foto: Fernando Martinez.

Com a saída dos fiscais da FPF da cancha, todos os amigos que estavam do lado de fora entraram em campo para também participarem da festa. Fiquei muito tempo por ali confraternizando com todos, num dos maiores quóruns já montados em todos os tempos.


Parte da turma presente no Nicolau Alayon para a grande final. Foto: Fernando Martinez.

Se já não bastasse toda a emoção pela final em si, posso dizer em nome de todos do blog que chegar aos 10 anos de Jogos Perdidos é algo muito legal. Ninguém imaginava isso lá em 2004 e por mais que nos últimos anos a equipe tenha diminuído bruscamente - quase um "exército de um homem só" - o nosso ideal ainda está mais vivo do que nunca.

Das 2.666 partidas que cobrimos nesse período, cerca de 2.350 foram realmente "jogos perdidos", a maioria com relatos e fotos exclusivas. Não há como negar que nosso banco de dados e imagens é um dos maiores em se tratando de times pequenos e competições que são jogadas longe dos holofotes da grande mídia. Até onde for possível estaremos na ativa e contando com a audiência de todos.


Uma imagem que dispensa maiores comentários. No sábado, o JP também foi um pouco campeão. Foto: Miguel Ferreira.

Com esse relato fechamos as coberturas da Segunda Divisão na atual temporada. Nossa próxima meta é fazer uma Série A2 e A3 geniais antes do início da Segundona 2015, sem dúvida o estadual mais difícil do país.

Até a próxima!

Fernando!