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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Clássico eletrizante e Santos na final da Copinha

Opa, 

Tudo bem, a segunda semi-final da 44ª Copa São Paulo de Futebol Júnior não foi exatamente um "jogo perdido", muito pelo contrário. Arena Barueri cheia, muvuca pra chegar, muvuca pra sair, vários rádios e jogo ao vivo em três canais de televisão num clássico paulista de enorme história. Independente de todos esses fatores, a chance de ver um Palmeiras x Santos definindo vaga na final não tinha como ser desperdiçada. 

O Palmeiras buscava revanche, já que no último mês de novembro foi eliminado pelo alvinegro da Vila Belmiro após dois empates no campeonato paulista da categoria. Voltando um pouco no tempo, o Santos também eliminou o alviverde em outra semi de Copinha, isso em 2010, após vencer por 5x3 nos pênaltis. 

Na história da Copa São Paulo, as equipes jogaram também a semi de 1982, outra vez com vitória santista nos pênaltis. Apesar dessas eliminações, o histórico do confronto no certame até então apontava cinco partidas, com duas vitórias palmeirenses (1x0 em 1974 e 2x0 em 2004) e três empates (1x1 em 1980, 1x1 em 1981 e 3x3 em 2010). 


SE Palmeiras (sub-20) - São Paulo/SP. Foto: Fernando Martinez. 


Santos FC (sub-20) - Santos/SP. Foto: Fernando Martinez. 


Quarteto de arbitragem e capitães dos times. Foto: Fernando Martinez. 

Pelo contexto da campanha realizada até a semi-final, achava que o Palmeiras era favorito, principalmente pelo que apresentou diante do Cruzeiro e pelo que o Santos não jogou contra Grêmio Osasco e Audax. Só que mais uma vez (assim como aconteceu no jogo entre Bahia e Goiás), queimei a língua. 


Boa intervenção do goleiro santista Gasparotto no primeiro tempo. Foto: Fernando Martinez. 

O alviverde até começou a peleja tentando impor pressão e ocupar a área santista, mas a impressão foi que os atletas palmeirenses entraram pilhados um degrau acima do ideal. Logo aos 20 segundos o jogador Leandrinho mostrou o cartão de visita do Santos e acertou um chutaço na trave do arqueiro Walter. 


Atletas dentro da área do Santos. Foto: Fernando Martinez. 

Luiz Gustavo respondeu bem aos 5 minutos e obrigou o goleiro do Santos Gasparotto a fazer uma ótima defesa. Com mais posse de bola, o time paulistano não conseguiu chegar mais com perigo durante a maior parte do tempo inicial. Pior, aos 25 Neílton foi derrubado dentro da área por Luiz Gustavo. O árbitro marcou pênalti que o próprio camisa 25 bateu com classe para abrir o marcador. 


Neílton bate pênalti com classe e coloca o Santos na frente do marcador. Foto: Fernando Martinez. 

O técnico palmeirense Narciso resolveu substituir o atleta que cometeu a penalidade máxima logo em seguida, numa decisão que achei um tanto quanto equivocada. Quem parecia não se importar com o placar parcial era a enorme torcida palmeirense presente na Arena Barueri. Confesso que foi de arrepiar acompanhar esse jogo de dentro de campo sentindo toda a vibração vinda das arquibancadas. 


Escanteio para o Palmeiras ainda no tempo inicial. Detalhe para a ótima presença de público na Arena Barueri. Foto: Fernando Martinez. 

Sem maiores emoções no primeiro tempo, a partida chegou a seu intervalo com a vantagem parcial mínima para o Santos. Fui então para as cabines de imprensa e dali acompanhei parte do tempo final. Foram 45 minutos de pura emoção, se tornando a melhor partida que acompanhei até aqui em 2013 (superando o Palmeiras x Cruzeiro das quartas-de-final). 


Ataque palmeirense pela esquerda. Foto: Fernando Martinez. 

Assim como aconteceu no primeiro tempo, o Santos criou sua primera chance perigosíssima de gol aos 20 segundos, quando Diego Cardoso avançou pela direita e perdeu um gol feito. Começando a se tornar o heroi da noite, Neílton se aproveitou de um belo passe no meio dos zagueiros e, um minuto depois, chutou no canto direito para marcar o segundo. 


Chance de ouro perdida por Diego Cardoso aos 20 segundos do tempo final. Foto: Fernando Martinez. 


Neílton saindo para comemorar seu segundo gol na noite. Foto: Fernando Martinez. 

Com o 2x0 contra o Palmeiras se despiu de qualquer formação ou ordem tática e foi pra cima do adversário na base da emoção. Aos 11 minutos, Chico fez um cruzamento perfeito na cabeça de Edílson, que apareceu no meio da zaga e diminuiu. Aos 15, milagre do arqueiro palmeirense Walter em chutaço de Léo Citadini. O jogo era ótimo. 


Bola alçada no ataque alviverde no segundo tempo. Foto: Fernando Martinez. 

Aos 21, Diego Souza fez lambança individual e perdeu a bola para Léo Citadini. Ele perdeu o gol cara-a-cara com Walter e no rebote Neílton fez o terceiro. Só que o assistente número 2 anulou o lance alegando impedimento. Só que o camisa 25 do Santos quis completar sua noite de gala de qualquer jeito, e aos 25 ele fez o gol mais belo da noite. 


Troca de passes no ataque do Peixe. Foto: Fernando Martinez. 

Após receber bom passe pelo alto, Neílton tirou do zagueiro com um toque de altíssima categoria e chutou forte no canto direito do goleiro Walter. Esse gol pode entrar facilmente na coletânea de gols mais bonitos da 44ª Copa São Paulo. 100% da torcida santista em Barueri lembrou de forma instantânea de um certo camisa 11 do time profissional... 


Neílton, "heroi" santista na semi-final contra o Palmeiras, saindo de campo após substituição. Foto: Fernando Martinez. 

O Palmeiras se viu numa situação complicada, mas a torcida voltou a ter esperanças aos 30 minutos, quando João Pedro tocou para as redes na pequena área após receber um cruzamento vindo da direita. O arqueiro Gasparotto falhou no lance. No velho esquema "bumba-meu-boi", o alviverde buscou até o último lance do jogo a igualdade, mas o Santos soube se postar bem na defesa e não sofreu maiores sustos. 

Final de jogo: Palmeiras 2-3 Santos. A emocionante vitória colocou o time do litoral pela terceira vez na final da Copinha em todos os tempos. O único título em 1984 quando venceu o Corinthians no Canindé. Já em 1982, quando perdeu para a Ponte Preta, e em 2010, quando foi derrotado pelo São Paulo na disputa de pênaltis, a equipe ficou com o vice. O alviverde perdeu a oportunidade de ouro de conquistar o (ainda) inédito título. 

Eletrizado e com a taxa de adrenalina bastante alta depois do jogo, voltei para São Paulo junto com os amigos demorando muito para chegar por causa do trânsito. Só coloquei os pés em casa depois do relógio passar da primeira hora do novo dia. Mesmo cansado demais, posso garantir que foi simplesmente emocionante ter presenciado as duas partidas in loco... 

Até a próxima! 

Fernando

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